IDEALISMO

Falas de amor, e eu ouço tudo e calo!

O amor da Humanidade é uma mentira.
É. E é por isto que na minha lira

De amores fúteis poucas vezes falo.
O amor! Quando virei por fim a amá-lo?!

Quando, se o amor que a Humanidade inspira
É o amor do sibarita e da hetaíra,

De Messalina e de Sardanapalo?!
Pois é mister que, para o amor sagrado,

O mundo fique imaterializado
-Alavanca desviada do seu fulero -
E haja só amizade verdadeira
Duma caveira para outra caveira,

Do meu sepulcro para o teu sepulcro?!